APRENDENDO UMA ESCRITA DIFERENTE


               JOGO ELETRÔNICO EDUCATIVO: APRENDENDO UMA ESCRITA DIFERENTE
              
                 Acreditamos que as tecnologias de informação e comunicação são estratégias ficazes para a formação de educadores e de cidadãos, para a promoção de troca de conhecimentos e também de superação de preconceitos. Nesse sentido, a utilização da educação a distância na formação de educadores e o jogo como ferramenta para o ensino do Braille, são estratégias para promover uma relação mais respeitosa entre o cego e o vidente, o que caracterizará uma ação inclusiva.

Brincando e Aprendendo Uma Escrita Diferente

O projeto de extensão intitulado Brincando e Aprendendo uma Escrita Diferente, aliando pesquisa, ensino e extensão, objetivou a produção de um jogo computacional educativo para o ensino do Braille para crianças videntes do ensino fundamental. O projeto foi desenvolvido no ano de 2011 e se constituiu em três etapas: pesquisa bibliográfica obre a Simbologia Braille; a produção do jogo computacional para ensino do Braille e a distribuição dos jogos para as escolas públicas e por meio da internet. Com essa ação pretendemos oferecer aos
professores/as uma ferramenta educativa para o ensino do Braille para as crianças videntes, o que possibilitará a elas uma relação mais respeitosa com as crianças cegas. Sendo o jogo uma ferramenta para o ensino do Braille às crianças videntes foi, também, oferecido anteriormente um curso sobre o Braille para os educadores e comunidade interessada, utilizando-se o ambiente de aprendizagem Moodle, com momentos presenciais e a distância, intitulado “Aprendendo o Braille: Um exercício de Cidadania” O braille permite estudar os quadros em relevo e ler eficientemente os livros técnicos. O braille é, ainda, o único meio de leitura disponível para os surdocegos. Por outro lado, a perfeição na escrita está relacionada com a leitura braille que cada um faz, pois é através dela que entra em contacto com a estrutura dos textos, a ortografia das palavras e a pontuação.
 
 A Simbologia Braille: Marcos legais e históricos

O cenário educacional contemporâneo instiga diversos questionamentos no que se refere à inclusão das pessoas consideradas diferentes na escola, como é o caso das pessoas com deficiência, as quais vêm conquistando seu espaço nos diferentes níveis de ensino. Hoje não se discute mais a legalidade, mas sim a efetivação dos direitos adquiridos. Há 15 anos, já se falava que a Educação deveria “acolher a todos os alunos, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Não é possível hoje conceber inclusão sem a garantia do acesso aos espaços e ao conhecimento. Sendo assim, não é possível pensar em fazer inclusão sem acessibilidade. A acessibilidade é, por definição, a “condição de acesso aos serviços de informação, documentação e comunicação, por parte de portador de necessidades especiais” (FERREIRA, 1999). De acordo com o MEC (2001, p. 13), a “Lei no. 10.098/00 – estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providencias”. Apesar de legalmente ser garantido, o acesso ainda é uma dificuldade enfrentada pelas pessoas com deficiência. Oportunizar o acesso do aluno com deficiência visual a esses materiais é responder ao direito desse aluno e contribuir com sua inclusão de fato nesse espaço educativo. E, quando nos referimos ao acesso da pessoa com deficiência, o Braille ainda é um recurso importante. Nesse sentido, faremos uma retrospectiva histórica, tendo como foco o Braille.
          Até meados do sec. XVIII, muitos procedimentos foram criados, com a finalidade de desenvolver um alfabeto tátil, com o objetivo de possibilitar que a escrita e a leitura pudessem ser acessíveis às pessoas cegas. No entanto várias dessas tentativas, ora produzidas por videntes ora por pessoas cegas, fracassaram, até a criação do Sistema Braille. A escola, no contexto da sociedade contemporânea não pode ficar alheia as novas
tecnologias e as formas mais dinâmicas de aprender dos discentes. Umas das críticas atuais à escola é que ela “não fala a língua dos alunos”. Essa última parece se configurar como uma linguagem mediada pelas tecnologias. Os/as alunos/as são usuários dos videogames, celulares e internet (redes sociais, emails, entre outros). Não se satisfazem mais com a forma tradicional de transmissão do conhecimento e com um ensino monótono, pois seu cotidiano é muito dinâmico e envolvente.

 Jogos Eletrônicos Educativos
 
Atualmente, os jogos eletrônicos, como os videogames, por exemplo, são uma das atividades de entretenimento mais amplamente usadas pelas crianças e jovens. Os jogos educativos podem ser considerados como uma forma dinâmica de apresentação e interação com os conteúdos, que quando utilizados como estratégias de ensino, podem ser extremamente promotoras de motivação para aprendizagem.